terça-feira, 14 de abril de 2009

Rumo ao Mestrado - Parte 1

Em decorrência de minhas atividades como professor, meu gosto pelos estudos e, claro, na minha busca por compreender o que é direito, acabei entrando no Mestrado.

Ocorre que, conversando com amigos, colegas e nos debates da comunidade Mestrado e Doutorado, percebi que muita gente sofre, como eu mesmo sofri, até achar o caminho das pedras que leva ao stricto sensu. Mais que isso, nessas conversas acabei aprendendo muita coisa, recebi muitas dicas, sem as quais não teria conseguido adentrar no Mestrado, de forma que pensei que seria direito disponibilizá-las aqui... Não porque eu saiba mais que ninguém, mas porque a melhor forma de agradecer e retribuir a quem me ajudou gratuitamente é justamente repassar as informações que me foram úteis.

Nesse primeiro post eu pretendo expor algumas questões de natureza mais pessoal sobre a escolha de se fazer o Mestrado, o que — eu temo — o deixará com “cara de diário”, lamentavelmente, acredito que ele seja necessário para introduzir os demais assuntos...

Enfim, a primeira coisa (óbvia), é a vontade e disposição de ingressar em um Mestrado... O que é um Mestrado? Pra que eu quero ser Mestre? No que isso fará a minha vida melhor? Estou mesmo disposto e no melhor momento da minha vida para isso? Essas são questões que, eu presumo, devem afligir todos os acadêmicos... As respostas, também presumo, deverão ser altamente individuais e subjetivas, de qualquer forma, apresentarei as respostas a que cheguei...

Como dizia, no meu caso, a pesquisa sempre me atraiu, e ainda na graduação já tinha vontade de dar seqüência aos meus estudos, ainda na graduação me engajei em monitorias, descobri a diferença entre stricto e lato sensu, etc.

Além de querer pesquisar um determinado tema, eu queria continuar aprofundando meus estudos... Mas como recém formado, será que eu estava no melhor momento? Eu vinha da graduação com duas monitorias, mas não tinha me engajado em pibic, não tinha publicações... Se alguém que não seja oriundo do Direito estiver lendo isso deve estar pensando que sou doido... Não, tudo bem que eu posso até ter “relaxado”, mas a principal razão é que, lamentavelmente, nas ciências jurídicas atualmente parece imperar uma espécie de “bacharelismo concursista” que acaba meio que sacrificando os pesquisadores em potencial...

Além de meu currículo não ser lá essas coisas (e acho que ainda hoje não é) e eu não ter familiaridade com a pesquisa, haviam outras preocupações como a temida prova da OAB, que coincidiu com a formatura e me impediu de participar da festa com meus colegas, e, além disso, fui convidado a advogar no escritório onde já estagiava, então aquele definitivamente não era o ano do Mestrado...

Resolvi que no ano seguinte iria investir nas publicações em eventos e periódicos, além de terminar as duas Especializações que havia iniciado — se eu puder dar um conselho, não invente de fazer duas especializações paralelamente, acaba sendo muito desgastante...

Mas enfim, melhorado o currículo, ainda restavam aquelas questões pessoais... Eu quero fazer Mestrado e Doutorado por uma questão de realização pessoal, porque estudar e pesquisar me faz bem, e porque acaba sendo muito bom (às vezes essencial) para a docência... Isso meio que responde à questão sobre em que isso fará a minha vida melhor... Se eu estava disposto, restava pelo menos mais uma dúvida, aquele era o melhor momento da minha vida para o Mestrado?

Como morava numa cidade interiorana e o Mestrado mais próximo ficava a 500 km. eu ainda tinha pelo menos duas grandes questões a pensar e repensar, a primeira era o meu trabalho, por certo que o Escritório não iria me manter como associado se eu não estava trabalhando...A segunda, e, sinceramente, que considero mais importante, era um relacionamento de longo tempo em que eu estava envolvido...

Sobre o trabalho, fui sincero, acabamos acertando que eu me afastaria aos poucos a fim de prejudicar o Escritório o mínimo possível, foi o mais adequado, assim não tive que sair bruscamente porque passei num mestrado e acredito que deixei as portas abertas para, quem sabe, no futuro, voltar a fazer parte de uma excelente equipe e de um ótimo ambiente de trabalho.

Com minha namorada não foi tão fácil... Ela é uma pessoa maravilhosa e compreendeu que o afastamento era temporário e uma forma de investir no nosso futuro juntos... O que está sendo realmente difícil é conseguir a viver longe dela, mas com muito companheirismo eu acho que estamos contornando a situação.

É isso, finalmente o post “com cara de diário” acabou, no próximo abordarei uma questão mais condizente com o propósito do título, que será a escolha da instituição onde cursar o Mestrado!

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